Coccídeos

Coccídeos


Estes parasitas pertencem a família Apicomplexa e podem ocasionar o óbito. A característica principal para a identificação dessa classe é o oocisto formado por eles, à partir de reprodução sexuada.
O oocisto é a forma de resistência que os coccídeos têm para ser encontrado no ambiente, possui uma parede externa que conferem uma proteção grande por dias e meses.
Os esporozoítos são encontrados dentro desse oocisto, que podem estar encapsulados em esporocistos (forma infectante).

Oocisto esporulado, com esporozoítos dentro

Ordem  Eucoccidiorida

1)Família Sarcocystidae
  • Gênero Hepatozoon
  • Espécie Hepatozoon canis

Hepatozoon canis é transmitido pelo vetor Riphicephalus sanguineus, no cão ocorre a formação nos neutrófilos circulantes e leucócitos
A infecção ocorre pela ingestão do carrapato contaminado.

A forma infectante é diferente da Babesia canis , pois agora não está presente nas glândulas salivares e sim no intestino do carrapato



  • Gênero: Toxoplasma
Esse gênero é representado por apenas uma única espécie a Toxoplasma gondii , um coccídeos intestinal de gatos
  • Espécie:  Toxosplasma gondii
O Toxoplasma gondii pode ser encontrado em 3 formas de infecção para o hospedeiro
A primeira é o esporozoíto (oocistos), a forma de taquizoítosbradizoítos (cistos teciduais)

O gato jovem possui maior risco de infecção de transmitir a toxoplasmose que o gato adulto, pois a quantidade de oocistos nas fezes é maior
  • Essa eliminação pode durar entre 7 a 20 dias (3 semanas)
  • Os oocistos são eliminados sob a forma não-esporulado, não ocorre a infecção.
  • Esse oocisto só vai esporular no ambiente em torno de 1 a 5 dias até se tornar infectante.
HD: Qualquer felídeo, sendo o gato doméstico o mais importante 
HI: Todos os mamíferos, incluindo homens e aves

A forma de taquizoítos são encontrados em células hepáticas, dentro de órgãos ou líquidos orgânicos, penetram nas células dos hospedeiros, e é característico da fase aguda da infecção, são rápidos na proliferação

Os bradizoítos se multiplicam de forma lenta, e é características da fase crônica da infecção, são encontrados na musculatura esquelética e cardíaca, tecido nervoso e retina.

Ciclo biológico

O gato é infectado com os esporozoítos, eles se multiplicam nas células intestinais e são eliminados nas fezes ainda na forma não-esporulada.
É necessário de 1 a 5 dias para que ocorra a esporulação , após esse período pode ocorrer a infecção em várias superfícies.
** o oocisto pode permanecer por vários meses no ambiente **

Fase assexuada:  Fase que ocorre nos hospedeiros intermediários e até mesmo no gato.
Fase sexuada:: Fase que ocorre somente nos felídeos jovens.




  • Como o gato se infecta?
Através dos contatos com outros gatos infectados, líquidos orgânicos ou ingerindo um animal infectado com bradizoítos

  • Como o homem se infecta?
Pode ocorrer a transmissão acidental  e/ou ingestão de carnes cruas com bradizoítos, o contato com fezes recentes de gatos jovens infectados. Por isso é necessário uma boa higiene básica.


A reprodução sexuada ocorre exclusivamente nos felídeos

Na fase aguda os sintomas podem ser confundidos com uma gripe , tais como febre, dor de cabeça, tontura, dores musculares. 
Na fase crônica, na forma de bradizoítos podem apresentar sintomas por toda a vida dependendo do local onde o cisto tecidual é formado.


  • Gênero Neospora caninum
HD: Canídeos, sendo o cão doméstico o mais importante 
HI: Bovinos são os principais

Também vão formar os bradizoítos (cistos teciduais), e o canídeo é o hospedeiro definitivo.  Os principais hospedeiros intermediários são os bovinos, podendo causar abortos. No cão os sintomas são principalmente os neuromusculares, não há evidencia de sintomas em humanos.

O oocisto é parecido com o do Toxoplasma, e são eliminados nas fezes do cão

O ciclo biológico é o mesmo da Toxoplasma gondii, com diferença que para esporular demora 3 dias

Prevenção:  Não alimentar cães com carne crua ou vísceras, evitar a contaminação de água e alimentos com fezes de canídeos, não há vacinas e/ou fármacos.


Diferenças entre Neospora caninum e Toxoplasma gondii

  • O hospedeiro definitivo é diferente nos dois gêneros
  • O hospedeiro intermediario do Toxoplasma gondii mais comuns são os bovinos, ovinos, humanos. Enquanto no Neospora caninum é comumente mais observado em bovinos, não há relatos em humanos
  • Transmissão transplacentária apenas se a gestante for infectada durante a gestação (fase aguda), O Neospora caninum a matriz pode apresentar abortos durante várias gerações
  • Eliminações de oocisto do Toxoplasma gondii é em grande quantidade durante poucas semanas, enquanto no Neospora caninum há eliminação de oocistos nas fezes durante toda a vida

  • Gênero Sarcocystis spp.
HD: Cães, gatos, carnívoros silvestres e homem
HI:  Ruminantes, suínos e equinos

Parasita de animais endotérmicos e ectodérmicos, possui o ciclo de vida heteróxeno, ou seja, há a necessidade de um hospedeiro intermediário

Ciclo biológico é parecido com os dos outros coccídeos.

O oocisto acaba se formando no tubo digestivo do hospedeiro definitivo, o que resulta na eliminação de oocistos nas fezes. Nas fezes o oocisto já se apresenta na forma infectante(esporulado). No hospedeiro intermediário ocorre a formação dos cistos teciduais e esquizontes nas células endoteliais dos vasos sanguíneos da maioria dos órgãos. O ciclo se completa, quando o hospedeiro definitivo ingere os tecidos infectados do hospedeiro intermediário. Isso possibilita aos cistos teciduais infectarem o seu intestino, levando a formação final de oocistos.

** O ciclo no HI ocorre na parede dos vasos sanguíneos**





Importância veterinária
  • A sarcocistose pode ocasionar no hospedeiro intermediário perda de peso, febre, dor musculares, aborto, morte e problemas neurológicas. Para o hospedeiro definitivo, náusea, vomito e diarreia
  • O oocisto da Sarcosystis possui a parede mais fina em relação aos das outras espécies. O mesmo esquema com 02 esporocistos com 04 esporozoítos cada.
  • No bovino que é um dos principais HI do Sarcosystis e podem ter várias espécies diferentes parasitando ao mesmo tempo.
  • Não há o desenvolvimento de anticorpos, ocorrendo problemas na infecção toda vez
Sarcocystis neurona: grande importância em equinos, pois causam problemas neurológicos
HD: gamba de orelha branca
HI: equinos


2) Família Eimeriidae

são parasitas intracelulares do epitelio intestinal . Possuem duas fases, a fase no hospedeiro que ocorre a esquizogonia e a gametogonia, e a fase no ambiente onde ocorre a esporulação ou maturação do zigoto. Temos 03 espécies de importância veterinária: Eimeria, Isospora e Cryptosporidium

  • Gênero Eimeria
Ocorrem problemas principalmente em bovinos jovens e na avicultura, causando a coccidiose (diarreia intensa).
O oocisto é diferente dos outros coccídeos, possuindo 4 esporocistos com 2 esporozoítos cada.

HD: aves domésticas, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos e coelho.

Ciclo Biológico
  • São monóxenos, não havendo a necessidade um hospedeiro intermediário
Ocorre a eliminação do oocisto não-esporulado nas fezes. Ocorre a ingestão dos esporocistos esporulados e inicia-se o ciclo.

oocisto → invasão das células intestinais → trofozoítos → esquizontes → merozoítos 1ª geração→ esquizontes→ merozoítos 2ª geração → diferenciação em micro e macro → zigoto → oocisto não-esporulado.


Ciclo biológico da Eimeriia

  • Gênero Isospora e Cystoisospora
A diferença entre as espécies é o corpo de Stieda no esporocisto (microscopicamente). O Isospora é praticamente o parasita de aves, e o Cystoiospora parasita mamíferos.

Ciclo biológico idêntico ao da Eimeria


  • Gênero Cryptoporidium
É considerado uma zoonose. A infecção é intracelular e extracistoplasmática, pessoas com imunodeficiência são mais suscetíveis ou as que tomam imunossupressores. Causando diarréia, perda de apetite, desidratação, anorexia e morte. O contágio acontece por transmissão acidental onde o hospedeiro ingere alimentos ou água contaminada.

A Cryptosporidium parvum infecta os humanos

O ciclo biológico é parecido com o dos outros coccídeos com a diferença que não há formação de cistos teciduais e os oocistos que vão para o meio ambiente já esporulados são os de parede espessa, enquanto os de parede fina estão envolvidos na autoinfecção.

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